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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança (Ghost Rider: Spirit of Vengeance, 2011).


É difícil escolher qual é pior, o primeiro ou o segundo filme do Motoqueiro Fantasma. De verdade. Quando eu tinha tempo de ler quadrinhos, o Motoqueiro Fantasma era uma das minhas personagens preferidas e eu nem peguei a fase mais elogiada por todos, das primeiras histórias, com Johnny Blaze: eu conheci o Motoqueiro como Danny Ketch que era, na mitologia do herói (?), o segundo Motoqueiro Fantasma.


O filme é sobre um dublê/artista de circo que fez um pacto com o diabo, oferecendo a sua alma em troca da vida do seu pai. Como consequência, ele vira um motoqueiro com uma caveira incandescente no lugar da cabeça, uma moto que deixa um rastro de fogo por onde passa, correntes que incendeiam tudo e todos em que encosta. Na forma de Motoqueiro, ele é praticamente indestrutível e super forte, além de ter uma habilidade especial, o olhar da penitência, através do qual, ao olhar nos olhos de uma de suas vítimas, alguém com um histórico de pecados, o faz destruir/tomar a alma da tal vítima.

No filme, o Motoqueiro sai em busca de Danny Ketch, que no filme é um garoto atrás de quem o demônio vai atrás. E é só. O resto do filme é fogo, explosões e as já famosas caras e bocas de Nicolas Cage. Aliás, ele parece ainda pior. É engraçado como o filme torna algumas coisas tão ridículas. Johnny Blaze, o Motoqueiro em forma humana, é uma alma atormentada, o tempo inteiro com cara de sofrimento e pesar. Quando ele começa a se transformar, numa das cenas mais... estranhas do filme, o espectador é capaz de imaginar que quando a transformação estiver completa o Motoqueiro será uma criatura aloprada, tipo um Grinch, tamanha a quantidade de caretas, gargalhadas alucinadas e gritinhos estridentes que Cage "interpreta" na transformação. Não se engane, caro leitor: o Motoqueiro, uma vez transformado, é mais sério do que Johnny e a direção/fotografia do filme faz o filme parecer um filme trash de monstros da década de 1980. 

Os (d)efeitos especiais são outra peculiaridade: algumas cenas são bem feitas pra caramba: na primeira aparição do Motoqueiro, o close na cabeça dele virando para visualizarmos o "rosto" pela primeira vez, enquanto o fogo dança lindamente na caveira, os ombros borbulham com o calor. Fantástico! Por outro lado, quando Johnny resiste à transformação, com todas aquelas reações malucas descritas no parágrafo anterior, os maravilhosos - sintam a ironia - efeitos especiais mostram partes do Motoqueiro no corpo humano... como o olho da caveira no rosto de Johnny, ou os dentes da caveira no resto do rosto normal dele... enfim. Filme trash da pior qualidade.

É engraçado o que atores em decadência não fazem para tentar voltar ao showbiz. Christopher Lambert, o que você está fazendo ali, cara? Fala sério! Dez minutos de participação no filme? Ah, os bons tempos de Connor MacLeod...

A Marvel acertou muito nos filmes dos seus principais heróis: X-MEN, Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Thor, Vingadores... mas nos secundários é uma desgraça. Vide os dois Motoqueiro Fantasma, os dois Quarteto Fantástico (o segundo não é tão ruim quanto o primeiro, fato), Demolidor (que não é tããão ruim, mas é muito curto e toda a história fica muito atropelada...) o Justiceiro de Dolph Lundgren... Não vou nem falar de Elektra e do Homem-Coisa: A Natureza do Medo.

Nota: 1 (de 5).