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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Hora do Espanto (Fright Night, 2011).


Adoro filmes de vampiro. Quem já conversou comigo sobre cinema provavelmente sabe disso. Quem me conhece há mais de cinco anos, com certeza sabe. Fui daqueles que não perdia um filme de vampiro no cinema (fui? Acho que "sou" ainda soaria mais apropriado...), um seriado de vampiro, um livro de vampiro... desde que eles ainda morram com a luz do sol, em vez de "brilharem como diamantes".

Lembro das muitas Sessões da Tarde na Globo, com filmes repetidos à exaustão, na época que podia me dar ao luxo de vê-los, sem compromissos nem contas a pagar. Quatro filmes daquela época sempre me vêm à memória quando penso naqueles anos tranquilos: Os Goonies, A Casa do Espanto, Deu a Louca nos Monstros e A Hora do Espanto.

No ano passado, quando soube que estavam filmando um remake d'A Hora do Espanto, fiquei surpreso, porque não achava que era um filme assim tão conhecido a ponto de merecer uma refilmagem; fiquei feliz, porque era louco pelo filme; e fiquei empolgado porque era com Colin Farrell, um ator que nem é lá tão bom assim, mas é carismático e sabe atuar bem como maluco, desajustado ou alguma outra coisa fora do normal. E ele ia ser o Jerry, o vampiro do filme.


Depois de ver o primeiro trailer, então, só mais empolgação: bons atores, clima de filme de vampiro de verdade e bons efeitos especiais. E eis que finalmente o filme estreou e... eu não consegui vê-lo no cinema.

Pois bem, depois de esperar ansiosamente por ele, finalmente consegui vê-lo e devo dizer que não me decepcionei nem um pouco. Em tempos de filmes de vampiros "bonzinhos, sensíveis e nobres", como se referem desdenhosamente, em um momento do filme, à família Cullen, A Hora do Espanto é um alívio para os apreciadores dos vampiros clássicos de filmes de terror - e dos que nem são tão terror assim... O próprio A Hora do Espanto original não era um filme de terror. Era uma aventura adolescente, com muitos momentos de alívio cômico, como eram boa parte dos filmes da década de 1980, pelo menos dos que passavam incessantemente na Sessão da Tarde.

A nova versão tem vários méritos: presta homenagens à versão original, com citações e cenas que são claramente um tributo às lendas do vampiro e ao filme original; tem excelentes atuações, com Anton Yelchin no papel de Charlie Brewster (é o terceiro filme, coincidentemente, que vejo essa semana com ele - os outros foram Star Trek e Um Novo Despertar), David Tennant como Peter Vincent, o "caçador de vampiros" vivido no original por Roddy McDowall, a linda Imogen Poots no papel de Amy e o sempre fantástico Christopher Mintz-Plasse como o amigo nerd de Charlie, Ed; tem bons efeitos especiais, nada de extraordinário; tem o climão de suspense, não de terror, nem de pastelão; o filme desvia um pouco do original, não sendo aqueles remakes adaptados ipsis literis do original, como Psicose, mas sem desvirtuar muito o roteiro original.


Não tem apenas méritos, entretanto: os efeitos nem sempre são bons, o filme é curto, com pouco mais de uma hora e meia e tem Colin Farrell como Jerry. Eu sei, lá em cima disse que me empolguei com ele e me empolguei mesmo: ele é bom em filmes de ação. Como todo filme de ação, por outro lado, não são necessárias grandes atuações... não é como se ele estivesse buscando um Oscar, afinal de contas. O problema é que a atuação sempre mecânica, de caras e franzidos de testa, quase total ausência de expressões faciais, entre outros problemas, acaba cansando um pouco. Alguém pode ler e pensar: ele é um vampiro clássico, um monstro, não aqueles vampiros de Anne Rice, sofridos, cheio de conflitos interiores. Eu sei e concordo, mas não consigo deixar de lembrar que é o mesmo Colin Farrell de todos os outros filmes, fosse ele um policial (SWAT: Comando Especial, 2003), um executivo (Por um Fio, 2002) ou um assassino psicótico (Demolidor: O Homem Sem Medo, 2003).

De qualquer forma, é um bom filme para quem gosta de filmes de vampiro de verdade e uma boa pedida para um fim de noite de domingo com pipoca light e coca-cola zero, depois de trabalhar boa parte do fim de semana.

Nota: 3 (de 5).

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