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sábado, 14 de janeiro de 2012

Missão Impossível 4 (Mission: Impossible - Ghost Protocol, 2011).

Na semana passada fui ao cinema ver Missão Impossível 4, na expectativa de encontrar o mesmo que encontrei no terceiro filme: dignidade, boa história, dosada com ação e efeitos especiais. Infelizmente, me decepcionei um pouco. Foi interessante ver MI:IV nas condições nas quais o assisti. Na véspera, assisti os três filmes em casa, de novo (mas, para a namorada, pela primeira vez), prestando atenção nos detalhes, com o pensamento aqui no blog. Isso me permitiu desenvolver uma escala entre filmes, assim como avaliar a série como um todo. Seguem meus comentários.

O primeiro filme (Mission: Impossible, 1996) é uma homenagem honrada (há muita gente que discorda de mim...) às séries televisivas nas quais os filmes se basearam. Mantém o cânone, traz a personagem mais clássica da série, Jim Phelps, e tem uma história, como na série televisiva, de espionagem. Claro, como todo bom filme de espionagem contemporâneo, há alguns gadgets, conspirações, suspense, reviravoltas e muita ação. O filme é muito bom e, pra mim, ainda o melhor dos quatro filmes a chegarem às telonas. Visto hoje, quase dezesseis anos depois dele ter chegado ao cinema, é interessante notar grandes avanços tecnológicos da época e como eles são defasados hoje em dia. Mas isso é um outro assunto.

O filme tem momentos memoráveis, como a clássica cena, repetida à exaustão em TODOS os demais filmes da série, na qual Ethan Hunt (o protagonista, trazido à vida por Tom Cruise), fica pendurado por um cabo. Sem falar no helicóptero voando dentro do túnel e o chiclete que explode. O fato é que o filme termina com aquele gostinho de quero mais. Nota: 5 (de 5). E eis que vem o segundo filme.

Quando vi o filme no cinema (Mission: Impossible II, 2000), saí de lá pensando "Ok, mais uma continuação que não presta, como de praxe". O filme é RUIM. Tem uma história mequetrefe, vilões caricatos e sem carisma algum, um Ethan Hunt completamente diferente do que você verá em qualquer um dos outros filmes (aqui ele é um fanfarrão irresponsável; tudo que ele faz é sorrir e se achar o brincalhão espirituoso - nem parece um espião, ou pelo menos a imagem que fazemos deles) e uma absoluta falta de timing nas cenas de ação. O filme até empolga com a cena de abertura, divulgada em todos os trailers da época, quando Ethan Hunt está lá escalando um canyon sem cabos e um helicóptero chega trazendo os óculos com os famosos dizeres "Sua missão, caso decida aceitá-la...", mas é só. Sério, eu COCHILEI no filme e isso é muita coisa, considerando que é um filme de ação. Aquelas cenas próximas ao final do filme, quando Ethan está lá descendo o sarrafo (e levando muita porrada também) do vilão, alternando com uma música triste e a mulher querendo se jogar do penhasco são um corta tesão desgraçado. Quando acabou o filme, fiquei torcendo que não fizessem outra continuação nesse estilo. Perda de tempo. Nota: 1 (de 5). A torcida não adiantou, porque eles fizeram um terceiro filme.

Missão Impossível III (Mission: Impossible III, 2006) foi um retorno digno à série. Aqui voltamos a ter uma boa história, BEM MELHOR do que o segundo filme, mas ainda inferior ao primeiro. Voltamos a falar de espionagem de verdade, mas ainda com um grande foco na ação e em operações táticas secretas. Bem diferente do segundo, agora temos uma história bem amarrada, um elenco carismático, evolução de personagens (Ethan deixando as ações de campo para se tornar instrutor de novos agentes) e duas presenças marcantes no elenco: Philip Seymour Hoffmann como o vilão Owen Davian, um dos meus atores preferidos (vide Capote, Tudo Pelo Poder, Dúvida e Jogos do Poder, entre tantos outros, para saber do que estou falando) e Simon Pegg como Benji, integrante do IMF (Impossible Missions Force), especialista em computadores e gadgets (presença bem humorada e contida, como sempre). O filme, claro, tem seus exageros; se não os tivesse, não seria um filme de ação contemporâneo, nem da série Missão Impossível... Mas, no geral, gostei bastante. Nota: 4 (de 5). Voltei a ter aquele gostinho de quero mais deixado pelo primeiro filme e o quarto veio há pouco tempo.

O filme (Mission: Impossible - Ghost Protocol, 2011) cresce em tudo, menos em história. Cresce o elenco de personagens, crescem as participações especiais, as personagens evoluem um pouco mais (Ethan não está mais casado e Benji agora é agente de campo), os efeitos especiais são grandiosos, os gadgets falham de maneira inesperada (e inexplicável, porque, sério, não faz sentido NENHUM eles não terem falhado em nenhum dos outros filmes e só agora, quando estão todos sem o suporte da IMF... lei de Murphy? Só sendo!), levando os agentes a se virarem como podem, fazendo uso do improviso (e contando com MUITA sorte... com sorte impossível, digamos assim) e gerando muitas situações interessantes. O filme, no geral, é muito legal, com destaque para a fantástica cena do Kremlin sendo destruído (não é nenhum spoiler, isso está no trailer...), garantindo a diversão e com aquelas cenas que valem a pena ver no cinema. Mas ainda é inferior ao terceiro, mas superior ao segundo. Nota: 3 (de 5).

Se eu recomendo? Bom... se você gosta de um bom filme de espionagem, assista o primeiro. Se você prefere espionagem com mais ação, vá para o terceiro. Se você prefere mais ação, assista só o quarto. Se você não quer pensar e ver apenas lutas, tiros e explosões... procure outra coisa, porque nem pra isso o segundo serve. Eu sou fã da série, com seus altos e baixos, como era fã da série televisiva. Acho que vale a pena, sim. É bom cinema (menos o segundo...), diversão das boas, que desce melhor acompanhado de pipoca e refrigerante, mas ainda assim diversão garantida.

Se eu tivesse que dar uma nota geral à série, ficaria com um 3.

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